Na quinta-feira (16), a 2ª Promotoria de Justiça responsável pelo controle externo da atividade policial, juntamente com a Polícia Militar deflagraram a Operação “Tropa de Elite”, que visa combater a prática dos crimes de corrupção praticados por um Sargento da Policia Militar, que não teve a identidade divulgada.
Segundo informações divulgadas na manhã desta sexta-feira (17), pelo promotor à frente das investigações, Dr. Angelo Ansanelli Jr., após a deflagração da Operação “Snowblind”, em 05 de julho de 2.022, foi constatado que houve vazamento da fase ostensiva da referida Operação, motivo pelo qual os alvos principais fugiram e não ocorreu significativa apreensão de substâncias entorpecentes.
A partir de então, o Ministério Público passou a investigar como teria ocorrido o vazamento juntamente com as Polícias Civil e Militar, sendo constatado que um Sargento da Polícia Militar, que é usuário de substância entorpecente “crack”, havia repassado as informações da Operação “Snowblind” para os traficantes de entorpecentes.
Em troca das informações, o policial militar recebeu uma pedra de 25g do referido estupefaciente, que valia aproximadamente R$ 1.300,00 (mil e trezentos reais).
Com a aprofundamento das investigações, apurou-se que o Policial Militar era usuário de substâncias entorpecentes, e que já havia dado informações sigilosas de outra Operação (Leão de Nemeia) para os traficantes, também recebendo em troca estupefacientes para seu uso.
Insta acentuar que em 2.017, foi realizada a operação “Alma à Venda”, se constatou que o policial militar adquiria drogas para seu uso pessoal, justamente de traficantes para quem ele vazou a Operação “Snowblind” em 05 de julho de 2.022.
Após terem coligido elementos de prova na Operação “Tropa de Elite”, o promotor de Justiça requereu o desarquivamento do IPM referente à Operação “Alma à Venda”, e prosseguiu nas investigações.
Finalmente, apurou-se que no dia 23 de janeiro de 2023, o referido militar cometeu crime de abandono de posto, colocando em risco a vida de outros policiais militares.
Com os elementos probatórios, o promotor requereu a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, consistentes em: afastamento das funções; proibição de contato com policiais militares do 63° BPM; proibição de se aproximar do 63° BPM; suspensão de porte de arma.No dia 14 de fevereiro de 2.023, o Douto Juiz da 2ª Auditoria da Justiça Militar acolheu parcialmente os pedidos do Ministério Público, fixando as seguintes medidas: transferência do policial militar para cidade que ficasse, no mínimo, a 300 quilômetros de Formiga/MG; proibição de permanecer em Formiga/MG; proibição de contato com policiais militares do 63° BPM; proibição de acessar bancos de dados da Policia Militar.
Após a prolação da referida decisão, a Polícia Militar, regularmente oficiada, tomou as providências para o cumprimento das medidas, tendo o policial militar sido notificado na data de 16 de fevereiro de 2023 no período noturno de que deveria se apresentar em uma cidade que dista cerca de 800 quilômetros de Formiga/MG, bem como das demais cautelares que lhe foram impostas.
De acordo com o MP, é importante registrar que a Polícia Militar do 63º BPM prestou todo o apoio para a realização das investigações, pois como é cediço, a corporação não admite esse tipo de conduta dentro da instituição.
Da mesma forma, o MP contou com o apoio dos Promotores da Justiça Militar Dr. Eneias Xavier Gomes (atualmente Desembargador do Tribunal de Justiça) e Dra. Tatiana Marcellini Gherardi, que se prontificaram a auxiliar no caso em tela, sendo os mesmos os Promotores Naturais da Justiça Militar.
Nos próximos dias, será oferecida a denúncia, e o feito terá a tramitação regular junto ao juízo da 2ª Auditoria Militar.
Fonte: Ministério Público de Formiga