Fonte: O Tempo – Foto: Pexels
Um bebê de um mês, que residia na região do Barreiro, em Belo Horizonte, morreu vítima de coqueluche na quarta-feira (2). A prefeitura confirmou o óbito nesta sexta-feira (4), e informou que já foram registrados 160 casos da doença em 2024. Este é o segundo óbito por coqueluche em Minas Gerais neste ano, após um período sem mortes desde 2019.
A primeira morte foi notificada em 19 de julho. A vítima foi um bebê de um mês e 23 dias, que residia em Poços de Caldas, no Sul de Minas. No Estado, até 21 de setembro, 205 pessoas haviam contraíram a bactéria, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).
De acordo com o professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e doutor em doenças infecciosas e parasitárias, Unaí Tupinambás, a atual situação relacionada à doença é muito grave, uma vez que se trata de uma enfermidade.
“Todo mundo pode se contaminar, mas a doença no adulto tem menos chances de evoluir para casos graves. Em geral, essa evolução é mais comum em crianças”, diz ele.
Baixa cobertura vacinal
A cobertura vacinal contra a coqueluche entre crianças em Belo Horizonte está abaixo do ideal, alerta a prefeitura. Entre menores de um ano, a taxa é de apenas 68,2%. Para crianças com 15 meses, a cobertura é de 59,7%, e para aquelas com 4 anos, o índice é de 60,4%. O Ministério da Saúde preconiza como meta valores acima de 95%.
Como medida preventiva e a partir de orientação da pasta federal, Belo Horizonte ampliou, em junho, a oferta da vacina contra a coqueluche para grupos específicos, como profissionais de saúde que atuam em ginecologia, obstetrícia, pediatria, além de doulas e trabalhadores de berçários e creches com crianças de até 4 anos.
A vacina está disponível gratuitamente nos centros de saúde da capital e no Serviço de Atenção à Saúde do Viajante, com endereços disponíveis no portal da Prefeitura de Belo Horizonte
Conforme Tupinambás, a vacinação é de suma importância e a melhor forma de enfrentar essa crise. Ele lembra que o imunizante é essencial principalmente em gestantes, a partir da vigésima semana de gestação. Ele lembra que, atualmente, são cinco doses da vacina – aos 2, 4, 6 e 15 meses e aos quatro anos de idade. O bebê que perdeu a vida em Belo Horizonte ainda não poderia se vacinar, por isso é importante que a mãe se vacine.
“Não sabemos como era o calendário vacinal dessa mãe, mas é importante que gestantes tomem a vacina. Dessa forma, há a transmissão de anticorpos para a criança. Mesmo com o esquema de vacinação completo, é importante administrar uma dose do imunizante. Se não tiver se vacinado, três doses”, explica ele.
O que é a coqueluche?
A coqueluche é uma doença respiratória altamente contagiosa, causada pela bactéria Bordetella pertussis. No início, seus sintomas se assemelham aos de um resfriado, como coriza, febre baixa e tosse leve. No entanto, a tosse pode se agravar, tornando-se intensa e persistente, e ser acompanhada de vômito após os episódios e dificuldade para respirar.
A transmissão ocorre pelo contato direto com gotículas de saliva de uma pessoa infectada, espalhadas por tosse, espirro ou fala, principalmente em indivíduos que não foram vacinados.
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