Fonte: O Tempo – Foto: Pixabay / Reprodução
Uma mãe de uma criança de 8 anos denuncia que a filha tem sido alvo de bullying na Escola Municipal Aires da Mata Machado, localizada no Vale do Jatobá, região do Barreiro, em Belo Horizonte.
Segundo a mãe, desde o início do ano, já ocorreram quatro episódios, sendo o mais recente na semana passada. Ao relatar o caso à direção da escola, ela conta que recebeu a resposta de que a situação seria apenas “brincadeira de criança”. Procurada, a prefeitura negou que tenha havido bullying na escola (veja o posicionamento completo abaixo).
A mãe também denuncia a falta de um monitor para acompanhar sua filha, o que, segundo ela, seria fundamental, dadas as necessidades especiais da menina. Além disso, relata a recorrente violência emocional sofrida pela filha. “Muitas pessoas têm medo de denunciar, mas eu não posso mais permitir que isso continue. Minha filha já não queria ir à escola devido aos alunos que a agrediam verbalmente. Precisei deixá-la em casa por alguns dias”, desabafa.
Ela relata que, no incidente mais recente, a filha recebeu um certificado de destaque escolar em sala de aula, o que gerou reações negativas de alguns colegas. Uma das crianças acusou injustamente a menina de roubo e passou a ofendê-la. Com sensibilidade auditiva, a menina entrou em crise e saiu da sala abalada. Além desse episódio, a mãe menciona outras ocasiões em que a filha foi verbalmente agredida.
“Uma vez, ela foi chamada de ‘autista doente’ e ‘quatro olhos’ no refeitório. O caso foi levado à direção, mas trataram como algo resolvido, sem envolver os pais dos agressores.”
A mãe critica a resposta da Secretaria Municipal de Educação, que, segundo ela, disse que a menina não precisa de monitor por ser verbal e ter habilidades motoras. “Eles desconsideram que ela enfrenta dificuldades em outras áreas, como na alimentação. Muitas vezes, são os colegas que a ajudam a comer”, explica.
Em nota, a prefeitura afirmou que, “desde que começou a frequentar a escola, a aluna é acompanhada por um auxiliar de apoio compartilhado” — o que a mãe contesta. A prefeitura acrescenta que a “avaliação pedagógica da aluna, que considera critérios como autonomia e desenvolvimento, não indicou a necessidade de um profissional exclusivo ou individual”, justificando que esse tipo de acompanhamento só seria necessário caso a criança apresentasse “alguma condição que comprometesse sua autonomia nas atividades diárias”.
Resposta da PBH
A Secretaria Municipal de Educação informa que não há registro formal de caso de bullying na escola envolvendo a estudante.
A SMED esclarece que, em casos de bullying, são adotadas as medidas cabíveis, que incluem ações como o diálogo com estudantes, famílias, profissionais de apoio ao educando, e equipes pedagógicas que assessoram a escola.
A SMED reforça que, desde que começou a frequentar a Escola Municipal Aires da Mata Machado, a aluna é acompanhada por um auxiliar de apoio compartilhado. A avaliação pedagógica da aluna, que considera critérios como autonomia e desenvolvimento, não apontou a necessidade da presença de um profissional exclusivo/ individual. A necessidade do Auxiliar de Apoio ao Educando exclusivo se dá quando o estudante ainda não construiu ou possui algum motivo que impeça a sua autonomia nas atividades de vida diária.
A SMED informa ainda que o atendimento segue o que estabelece a Política de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva – PNEE/MEC/SECADI/2008, bem como na Lei 13.146/2015 – Lei Brasileira de Inclusão e, por analogia, na Política de Educação Inclusiva no Município de Belo Horizonte.
A SMED reforça seu compromisso com a inclusão, o bem-estar e o desenvolvimento de todos os estudantes, adotando medidas de acessibilidade física, pedagógica e comunicacional.
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