Fonte: Itatiaia
A indústria mineira está investindo mais em inovação e no mês de agosto se destacou em relação aos demais parques produtivos do País. O índice de projeção de lançamento de produtos calculado pela Associação Brasileira de Automação teve um aumento de 44% no Estado, representando o melhor da série histórica.
O cálculo antecede a produção industrial, uma vez que mede a intenção de investimentos das empresas em novas tecnologias e produtos. Segundo especialistas, a alta expressiva registrada em Minas se deve ao bom desempenho econômico do Estado.
Indústria mineira é a que mais inovou no Brasil em agosto
A indústria mineira registrou a maior intenção de lançamento de produtos no Brasil no mês de agosto ao alcançar aumento de 44% no Índice GS1 Brasil de Atividade Industrial. O índice é divulgado mensalmente pela Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil.
O desempenho do Estado é o melhor da série histórica. Há 12 anos, o índice antecede a produção industrial ao medir a intenção de lançamento de produtos no Brasil por meio dos pedidos de códigos barras pelas empresas.
Para o consultor de pesquisa e desenvolvimento da Associação Brasileira de Automação GS1-Brasil, Luiz Felipe Oliveira Lima, a alta expressiva em Minas Gerais se deve ao bom desempenho econômico do Estado. “As indústrias de Minas estão inovando mais e estão criando novos produtos”, afirmou.
Para o consultor, o índice da Associação corrobora com dados da produção industrial apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa Industrial Mensal (PIM) e com os dados da atividade econômica, referindo-se ao Produto Interno Bruto (PIB). A geração de riquezas no Estado avançou 2,9% no primeiro trimestre, somando R$ 253,8 bilhões. Além disso, no acumulado de 2023, o PIB mineiro superou R$ 1 trilhão pela primeira vez na história.
No Brasil, o mesmo índice voltou a ser positivo após apresentar queda nos últimos meses. Em agosto, a alta foi de 18,6% na comparação com o mês de julho e de 0,9% quando comparado a agosto de 2023.
De acordo com o consultor da associação, Minas Gerais e São Paulo foram os estados que puxaram a alta do País no mês. Lima explica que um crescimento tímido era observado continuamente no estado mineiro, mas, desde o meio do ano passado, foi percebido esse “boom” no crescimento.
Além do desempenho mineiro, o consultor atribui a alta do índice nacional ao reflexo de uma renovação de portfólio natural da indústria no segundo semestre e a considera o crescimento esperado. “A gente tem um aumento de lançamento de produtos nessa época para atender às datas comemorativas como Dia das Crianças, Black Friday, Natal e Réveillon”.
Conforme os dados da associação, os setores de alimentos e bebidas foram os que mais inovaram e estão trazendo novidades para o varejo e para o consumidor. A alta foi de 17% e 13,3% respectivamente no mês.
Resultado do índice cria expectativa de bom desempenho da indústria mineira
De acordo com o consultor da Associação, o índice antecede a produtividade industrial. “Os produtos criados geram atividade econômica quando são produzidos depois”, explica. Por isso, a expectativa é de um bom desempenho industrial nos próximos meses, com destaque para o setor de alimentos e bebidas.
Transição energética: faltam investimentos em pesquisas minerárias no Brasil
O baixo investimento em mapeamento geológico no Brasil e a consequente falta de conhecimento de suas riquezas minerais impactam na participação do País em projetos de transição energética mundo afora. O estudo “A atratividade do setor mineral brasileiro”, produzido pela Ernst Young em parceria com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) indica que se o índice de mapeamento no País fosse superior, o mercado brasileiro apresentaria resultados melhores. Isso porque o Brasil tem uma rica e diversificada oferta de minerais considerados estratégicos para o desenvolvimento de tecnologias de transição energética, como lítio, níquel, grafite e minerais terras-raras.
Fundição Altivo/Divulgação
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